sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Isso já faz muito tempo

O campeonato de queimada.
O Apertar a campainha e correr.
Os incríveis natais em família.
Os piqueniques com o vovô.
O LP  da Última Trombeta.
Os olhos verdes o primeiro namorado.
O primeiro dia de treino.
O incrível placar de setenta a dois,
Os treinos no clube.
A mudança no dia de chuva.
A cerveja à um real.
O Walkman, caneta e fita.
A vinda dos Ramones, trem, BH.
A beatice na igreja.
O mergulho no amor.
O nascimento da alegria.
As provas, o trabalho, as gentes.
A tristeza, a parada, a "procissão".
O retorno e a descontinuação.
A descoberta e a aceitação.
As "eus".

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Resposta ao Medíocre

Assim era ele: afilhado do comum. 
Acreditava que nada de especial no mundo podia ser realizado por ele. Por esse motivo, a mediocridade era sua marca registrada. Já não suportava olhar-se ao espelho todas as manhãs.
Contentava-se com o que lhe disseram e repetia sem a devida reflexão a frase de Schopenhauer: "A fé e o saber não se dão bem dentro da mesma cabeça - são como o lobo e o cordeiro dentro de uma jaula; e o saber é justamente o lobo, que ameaça devorar seu vizinho."
Assim, imerso em sua ausência de profundidade seguia sua vida, fazendo coisas comuns e ordinárias. 
Nada de muito importante era lhe exigido, nada de muito extraordinário lhe acontecia. 
Ao fim da vida, contentou-se por nada de ruim ter-lhe acontecido, porém começou também a lamentar o fato de não ter histórias para contar.  E no alto de sua nostalgia colocou-se a pensar: e se... e se... e se... 

Logo se cansou e desistiu. Chegou a conclusão que ideais não teriam-no tirado de seu céu vazio e vão.  

Mas... E se? 

"A vida é a arte de tirar conclusões suficientes a partir de premissas insuficientes." (anônimo?)



sábado, 7 de setembro de 2013

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

CUIDADO COM A VITÓRIA DE PIRRO



Uma das expressões históricas mais recorrentes no vocabulário popular é a chamada “Vitória de Pirro”.
Pirro foi um rei na antiga Grécia, mais especificamente de Épiro e da Macedônia, onde hoje está situada a Albânia. Desde sempre, Pirro foi um opositor feroz dos romanos. A ele não agradava o expansionismo da Bota. Na verdade, Pirro pretendia o exato oposto do que fizeram os romanos: formar um imenso Império grego, sob seu comando, estendendo-se desde a península do Peloponeso até o sul ta Itália. Para alcançar esse intento, era evidente que seu principal objetivo era fustigar os romanos.
E foi isso que Pirro fez. Naquela época, os romanos já haviam crescido bastante, mas ainda não dominavam toda a península itálica. Para conquistar o restante da Europa, era necessário garantir a retaguarda. Assim, os romanos resolveram invadir o sul da Itália. Tarento foi a cidade escolhida.
Por suposta inspiração do Oráculo de Delfos, Pirro resolveu mandar tropas para defender Tarento. A empreitada mataria dois coelhos com uma só cajadada: impediria o avanço romano ao mesmo tempo em que atrairia os tarentinos para o seu lado.
Numa sangrenta batalha, conhecida como Batalha de Heracléia, os exércitos de Pirro rechaçaram a invasão romana, ao custo de 4.000 baixas de seu lado e 7.000 do lado romano.  Ao contrário do que muita gente diz por aí, não foi a Batalha de Heracléia que cunhou a expressão “vitória de Pirro”. As baixas foram muitas, mas nada que prejudicasse o moral do exército jônico. A primeira parte do plano fora alcançada com êxito.
A segunda parte era iniciar a tomada da península itálica. Pirro bolou uma estratégia clássica: um desembarque no sul da península itálica, para depois subir em direção a Roma. Com suas tropas e elefantes, Pirro desembarcou em Apúlia, região que corresponde ao calcanhar da Bota. Lá, novamente enfrentou os exércitos romanos. Uma vez mais levou a melhor, na batalha que ficou conhecida como Batalha da Ásculo. Mas, dessa vez, as baixas foram pesadas demais. Somados os mortos e feridos das duas campanhas, o exército de Pirro reduzia-se perigosamente a olhos vistos. A despeito dos cumprimentos recebidos dos aliados e de seus generais, o rei de Épiro pronunciou uma frase que, de tão realista, entraria para a história:
“Mais uma vitória como essa e estamos perdidos”.
Depois de uma tentativa frustrada de tomar mais uma parte da Bota, Pirro recolheu-se ao Peloponeso e conquistou a Macedônia. Pouco tempo depois, morreria em circunstâncias misteriosas. Alguns relatos dizem que ele morreu envenenado. Outros, que foi morto numa das vielas da cidade de Argivo.
Desde então, a expressão Vitória de Pirro designa uma batalha cujo custo é muito alto. Não significa, ao contrário do que erroneamente propagado por aí, uma vitória que não vale nada. A vitória representa muito, mas a energia despendida na empreitada é tão assustadoramente grande que você deve pensar duas vezes se deve ou não lutá-la.
Quando você precisar usar uma expressão para representar uma vitória que efetivamente não vale nada, prefira uma machadiana: “Ao vencedor, as batatas”. Fica igualmente elegante e etimologicamente mais correto.

Fonte: http://blogdomaximus.com/2012/07/17/cuidado-com-as-vitorias-de-pirro/