sexta-feira, 8 de novembro de 2013

DIONÍSIO - VIDA LOUCA VIDA - CAZUZA


Série uma música (brasileira) para cada arquétipo greco-romano.


Dionísio é o deus que nasceu duas vezes. Filho do grande Zeus com Sêmele, uma mortal, foi gerado na coxa do pai depois que a mãe morreu consumida pela presença do grande deus. Ao crescer, o deus foi enlouquecido por Hera, inconformada com a traição de seu marido. Ele passou então a circular por todos os recantos do Planeta. Ao encontrar a deusa Cibele, na Frígia, ela lhe concedeu a cura e o formou dentro das cerimônias religiosas que ela cultivava.

Foi então que ele se tornou o deus do vinho e da vegetação. Desta forma, ele assumiu o papel de revelar aos mortais os segredos do cultivo da videira. Seu corpo é geralmente coberto por um tecido de pele leonina, pois nos mitos romanos ele se transforma em Baco, que se metamorfoseia em um leão, com a missão de derrotar e se alimentar dos gigantes que tentavam atingir o céu.

Também é possível encontrar a imagem de Dionísio assentado sobre uma vasilha, com um copo na mão, o qual verte vinho embriagante, o que justifica seu andar vacilante. Os gregos ofereciam a ele bodes, coelhos e pássaros corvídeos. Este deus era também considerado um guerreiro, sempre vencendo os adversários, principalmente se livrando das armadilhas de sua rival maior, Hera.

Sua fama como deus do vinho e do prazer rendeu-lhe vários festivais teatrais em sua honra. Ele é sempre conectado também com atividades prazerosas, como o erotismo e as orgias. Segundo as lendas, ele era muito simpático com quem lhe rendia culto, mas podia proporcionar loucura e ruína para os que menosprezavam os festins devassos a ele ofertados, conhecidos como bacanais. Consta igualmente que ele sempre se recolhia na morte durante o inverno e voltava a nascer na primavera.

Por que a música Vida Louca Vida para o arquétipo Dionísio? Esse deus representa o nosso impulso para a vida, a coragem de mergulhar no desconhecido. É o que nos aproxima do nosso excêntrico apaixonado. A Vida louca Vida "cansada de tanta babaquice, tanta caretice dessa eterna falta do que falar".

Alguns impulsos são vitais no sentido que permeiam e permitem mudanças estruturais no ser.  e por isso, essa bela música do nosso Cazuza que tão bem soube viver a vida:






Vida Louca Vida
Cazuza



Vida louca vida, vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve
Vida louca vida, vida imensa

Ninguém vai nos perdoar
Nosso crime não compensa

Quando ninguém olha quando você passa
Você logo acha eu tô carente, eu sou manchete popular
Tô cansado de tanta babaquice, tanta caretice
Dessa eterna falta do que falar.

Se ninguém olha quando você passa
Você logo acha que a vida voltou ao normal
Aquela vida sem sentido, volta sem perigo
É a mesma vida sempre igual

Se alguém olha quando você passa
Você logo diz: "Palhaço!"
Você acha que não está legal

Perde todos os sentidos...
Corre sempre um perigo
Você passa mal

Vida louca vida, vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve

Vida louca vida, vida imensa
Ninguém vai nos perdoar
Nosso crime não compensa
Não,não compensa

Se ninguém olha quando você passa
Você logo acha eu tô carente, eu sou manchete popular
Tô cansado de tanta babaquice, tanta caretice

Dessa eterna falta do que falar
Vida louca vida, vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve
leve,leve,leve,leve,leve,leve...

Link: http://www.vagalume.com.br/cazuza/vida-louca-vida.html#ixzz2k5CwZ2YR

fontes:Tarot mitológico
Infoescola

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Hefesto (Vulcano) e sua música


Série uma música (brasileira) para cada arquétipo greco-romano.

Projetado por sua mãe, Hera (alguns dizem que ela o concebeu sozinha), Hefesto tornou-se posteriormente deus da forja e dos artífices e finalmente das artes e da perícia manual.
Reina sobre os vulcões que são as suas oficinas e onde trabalha com os seus ajudantes, os Ciclopes. Deus poderoso, combate diante de Tróia com a chama, onde durante a Gigantomaquia matou o gigante Clítio, atingindo-o com uma maçã de ferro em brasa.

Hefesto, o deus coxo, uma versão diz que Hera, envergonhada pela imperfeição do filho, expulsou-o do Olimpo atirando-o ao mar, onde foi recolhido por Tétis e Eurínome, que o criaram até aos nove anos numa gruta. Hefesto trabalhou por nove anos, formou e modelou para ambas diversas jóias e guardou sempre um reconhecimento profundo pela bondade que elas lhe haviam demonstrado.
Fisicamente desfavorecido, nem por isso deixou de ter mulheres de grande beleza. De Hera, recebeu a mão da bela Afrodite, como reparação pelos anos de exílio. 

Hefesto seria talvez o grande estranho dos deuses. Tem uma relação conflituosa com a mãe que transfere para as mulheres.
 Para Hefesto uma música linda, cujo título não poderia ser diferente:


Extraño 
Nenhum de Nós

“O que eu sinto a respeito dos homens é estranho
É estranho como é frio
É estranho como eu perdi a fé
É estranho como é estranho
Perguntar o nome”



Alteridade, coisa de deuses e heróis



Este ano, a palavra alteridade vem me perseguindo. E quero compartilhar com vocês exemplos de alteridade na Mitologia greco-romana. 
Antígona, filha de Édipo e Jocasta, que tinham mais três filhos, Etéocles, Ismênia e Polinice, foi um exemplo belo de amor fraternal. Foi a única filha que não abandonou Édipo quando este foi expulso de seu reino, Tebas, pelos seus dois filhos. Seu irmão, Polinice, tentou convencê-la a não partir do reino, enquanto Etéocles ficou indiferente com sua partida. Antígona acompanhou o pai em seu exílio até sua morte.  
A história da heroína pode ser lida  em Antígona de Sófocles, porém para que entendam bem esta palavra, compartilho com vocês o belíssimo texto de Frei Betto a respeito de alteridade:


ALTERIDADE - Frei Betto



O que é alteridade? É ser capaz de apreender o outro na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo, da sua diferença. Quanto menos alteridade existe nas relações pessoais e sociais, mais conflitos ocorrem.

A nossa tendência é colonizar o outro, ou partir do princípio de que eu sei e ensino para ele. Ele não sabe. Eu sei melhor e sei mais do que ele. Toda a estrutura do ensino no Brasil, criticada pelo professor Paulo Freire, é fundada nessa concepção. O professor ensina e o aluno aprende. É evidente que nós sabemos algumas coisas e, aqueles que não foram à escola, sabem outras tantas, e graças a essa complementação vivemos em sociedade. Como disse um operário num curso de educação popular: "Sei que, como todo mundo, não sei muitas coisas".

Numa sociedade como a brasileira em que o apartheid é tão arraigado, predomina a concepção de que aqueles que fazem serviço braçal não sabem. No entanto, nós que fomos formados como anjos barrocos da Bahia e de Minas, que só têm cabeça e não têm corpo, não sabemos o que fazer das mãos. Passamos anos na escola, saímos com Ph.D., porém não sabemos cozinhar, costurar, trocar uma tomada ou um interruptor, identificar o defeito do automóvel... e nos consideramos eruditos. E o que é pior, não temos equilíbrio emocional para lidar com as relações de alteridade.

Daí por que, agora, substituíram o Q.I. para o Q.E., o Quociente Intelectual para o Quociente Emocional. Por quê? Porque as empresas estão constatando que há, entre seus altos funcionários, uns meninões infantilizados, que não conseguem lidar com o conflito, discutir com o colega de trabalho, receber uma advertência do chefe e, muito menos, fazer uma crítica ao chefe.

Bem, nem precisamos falar de empresa. Basta conferir na relação entre casais. Haja reações infantis...

Quem dera fosse levada à prática a idéia de, pelo menos a cada três meses, um setor da empresa fazer uma avaliação, dentro da metodologia de crítica e autocrítica. E que ninguém ficasse isento dessa avaliação. Como Jesus um dia fez, ao reunir um grupo dos doze e perguntar: "O que o povo pensa de mim?" E depois acrescentou: "E o que vocês pensam de mim?"

Quem, na cultura ocidental, melhor enfatizou a radical dignidade de cada ser humano, inclusive a sacralidade, foi Jesus. O sujeito pode ser paralítico, cego, imbecil, inútil, pecador, mas ele é templo vivo de Deus, é imagem e semelhança de Deus. Isso é uma herança da tradição hebraica. Todo ser humano, dentro da perspectiva judaica ou cristã, é dotado de dignidade pelo simples fato de ser vivo. Não só o ser humano, todo o Universo. Paulo, na Epístola aos Romanos, assinala: "Toda a Criação geme em dores de parto por sua redenção".

Dentro desse quadro, o desafio que se coloca para nós é como transformar essas cinco instituições pilares da sociedade em que vivemos: família, escola, Estado (o espaço do poder público, da administração pública), Igreja (os espaços religiosos) e trabalho. Como torná-los comunidades de resgate da cidadania e de exercício da alteridade democrática? O desafio é transformar essas instituições naquilo que elas deveriam ser sempre: comunidades. E comunidades de alteridade.

Aqui entra a perspectiva da generosidade. Só existe generosidade na medida em que percebo o outro como outro e a diferença do outro em relação a mim. Então sou capaz de entrar em relação com ele pela única via possível – porque, se tirar essa via, caio no colonialismo, vou querer ser como ele ou que ele seja como sou - a via do amor, se quisermos usar uma expressão evangélica; a via do respeito, se quisermos usar uma expressão ética; a via do reconhecimento dos seus direitos, se quisermos usar uma expressão jurídica; a via do resgate do realce da sua dignidade como ser humano, se quisermos usar uma expressão moral. Ou seja, isso supõe a via mais curta da comunicação humana, que é o diálogo e a capacidade de entender o outro a partir da sua experiência de vida e da sua interioridade.

Frei Betto é escritor, autor de "Alfabetto - autobiografia escolar" (Ática), entre outros livros.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Série uma música para cada deus: Kairós - Tempo ê - Roberto Ribeiro


Kairós é deus realmente brincalhão que não poupa aqueles que não sabem aproveita-lo.

Pensando na sagacidade do deus, pensei em iniciar uma série chamada uma música para cada deus. Falei da questão do tempo e sua diferenciação para o povo grego nesta postagem aqui e posteriormente aqui. Hoje, a música inicial é Tempo é do sambista Roberto Ribeiro. E por que essa foi a música escolhida para esse deus? Como mencionado anteriormente aqui no blog, Kairós é um momento indeterminado no tempo em que algo especial acontece, a experiência do momento oportuno. É usada também em teologia para descrever a forma qualitativa do tempo, o "tempo de Deus", enquanto Cronos é de natureza quantitativa, o "tempo dos homens". A música ressalta o valor do tempo na perspectiva Kairós: 

"Mil exemplos tem o mundo

Sobre o tempo minha gente
No amor do dia-a-dia
Na saudade, no batente
Veja a fruta que é madura 
Por processos não normais
Não tem a cor nem o cheiro 
Nem sabor das naturais."


Tudo ocorre no tempo certo, ou no tempo Kairós, que significa o tempo de deus em grego. 



Sobre Roberto Ribeiro:


Dermeval Miranda Maciel, mais conhecido como Roberto Ribeiro (Campos dos Goytacazes, 20 de julho de 1940  Rio de Janeiro, 8 de janeiro de 1996) foi um cantor e puxador de samba-enredo brasileiro. Sambista do Império Serrano, Roberto Ribeiro construiu uma respeitável carreira de intérprete e compositor desde a segunda metade dadécada de 1960. De voz bem timbrada e enxuto fraseado, seu repertório incluíam sambasde todos os tipos, como afoxés, ijexás, maracatus e outros ritmos africanos. Tem mais de 20 discos gravados, com sucessos populares como as canções "Acreditar", "Estrela de Madureira", "Todo Menino É um Rei", "Vazio", "Malandros Maneiros", "Fala Brasil" e"Amor de Verdade"
Passou a sofrer de um seriíssimo problema de vista e, em Janeiro de 1996, faleceu em virtude um atropelamento no bairro deJacarepaguá, Rio de Janeiro. Perdeu um olho em razão de uma contaminação por fungo agravada pelo diabetes). fonte: winki

Letra da música:

Tempo ê
Tempo êrerererê
Tempo Arararará
Tempo me disse que só com tempo a gente chega lá
Um amigo meu queria 
Ter a glória apressada
Esqueceu que o tempo tem
Lugar e hora marcada
Chegou no lugar primeiro 
E o tempo mais atrás 
Esperou sentado, em pé, cansou
Finalmente aprendeu mais.
Tempo êrerererê
Tempo Arararará
Tempo me disse que só com tempo a gente chega lá
Mil exemplos tem o mundo
Sobre o tempo minha gente
No amor do dia-a-dia
Na saudade, no batente
Veja a fruta que é madura 
Por processos não normais
Não tem a cor nem o cheiro 
Nem sabor das naturais.
Tempo êrerererê
Tempo Arararará
Tempo me disse que só com tempo a gente chega lá
Um amigo meu queria 
Ter a glória apressada
Esqueceu que o tempo tem
Lugar e hora marcada
Chegou no lugar primeiro 
E o tempo mais atrás 
Esperou sentado, em pé, cansou
Finalmente aprendeu mais.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Qual é o tempo do eterno?

Rubem Alves 
 
"Qual o tempo da eternidade? Como se configura o para sempre? Há o tempo certo para morrer? O belo e o efêmero entram em cena nas questões de conflito com a morte

Um pôr-do-sol, uma carta que se recebe de um amigo, um único olhar de uma pessoa amada, o abraço de um filho. Houve muitos momentos em minha vida, de tanta beleza, que eu disse para mim mesmo: "Valeu a pena eu ter vivido toda a minha vida para viver esse único momento".

Há momentos efêmeros que justificam toda uma vida. Compreendi, de repente, que a dor da sonata interrompida se deve ao fato de que vivemos sob o feitiço do tempo. Achamos que a vida é uma sonata que começa com o nascimento e deve terminar com a velhice. Mas isso está errado. Vivemos no tempo, é bem verdade. Mas é a eternidade que dá sentido à vida.

Eternidade não é o tempo sem fim. Tempo sem fim é insuportável. Já imaginaram uma música sem fim, um beijo sem fim, um livro sem fim? Tudo que é belo tem de terminar. Tudo o que é belo tem de morrer. Beleza e morte andam sempre de mãos dadas. Eternidade é o tempo completo, esse tempo do qual a gente diz: "Valeu a pena". Não é preciso evolução, não é preciso transformação: o tempo é completo e a felicidade é total. É claro que isso como diz Guimarães Rosa, só acontece em raros momentos de distração.

Não importa. Se aconteceu, fica eterno. Por oposição ao "nunca mais" do tempo cronológico, esse momento está destinado ao "para todo o sempre". Compreendi, então, que a vida é uma sonata que, para realizar a sua beleza, tem de ser tocada até o fim. Dei-me conta, ao contrário, de que a vida é um álbum de minissonatas. Cada momento de beleza vivido e amado, por efêmero que seja, é uma experiência completa que está destinada à eternidade. Um único momento de beleza e amor justifica a vida inteira."

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

CRUSH





Vê-lo...
obriga o meu coração a pulsar;
Músculo involuntário que parece um grande paspalho.
Vê-lo...
é sempre nostalgia boa, é riso fácil, é DESCOMPLICAÇÃO!
São piadas guardadas, são favores adormecidos e são saudades...
Vê-lo...
faz rir de mim mesma, faz lembrar de coisas boas,  faz querer sempre mais.


Assim, juntos e separados: eu e ele (minha linda projeção),

“Quando você vai assumir que é apaixonado por mim?”
“Quando foi que você deixou de ser modesta?”
“Eu sei que é, assume.”
“O que eu sinto por você, seria mais bem definido como Crush...”
Por fim, acaba esta guerra de termos.  
E acabam os parcos momentos com ele.

O que seria Crush se não ter “uma queda exagerado por outra pessoa e essa pessoa te deixar sem ar, sem atitude”.
Para mim: paixão.
De fato!
Vê-lo causa esse fulgor.
E faz pensar sobre esse limiar que na verdade não é uma queda, é um abismo!

Jordin Sparks, Chris Brown - No Air 


quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Fernando e sua projeção




Todos os dias, Fernando passava em frente a um grande magazine de confecções.
Todos os dias Fernando dizia bom dia a uma bela balconista que ali estava.
Entrava ano e saía ano, Fernando acenava e fazia planos. Casar-se-iam, teriam lindos filhos de cabelos dourados como os dela.
Enquanto isso, Fernando deixava a vida passar, iam-se dias e meses na indecisão “do como” ou “do quando” iria falar com a sua linda projeção.
Um dia, movido por súbita embriaguez da coragem, resolveu desvelar seus sentimentos e declarar sua afeição pela jovem paisagem.
Ao se aproximar, ao longe reconheceu bela figura, que linda como Afrodite, figurava entre a vitrine e fazia bonito entre as...
Espere... Sua venerada de tantos dias e dias nada mais era do que um ser inanimado. Era um manequim.
Pobre Fernando! Roubaram-lhe não somente o amor, mas também a ventura de quem esperava por algo que agora é apenas fumaça! Como é ruim pensar que fogo é palha!

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

E quem engana quem?




No princípio era um verbo.
E havia as intenções.
E, por mais que tentássemos,
As intenções não eram corretamente interpretadas.

Aí desistimos do mundo não palpável
E resolvemos ir para o pragmático.
E assim surgimos do azul.
E do azul o sorriso.
E se tudo surgiu de um beijo?
E se todo o desenho, o nascer do sol e os sabores...
Surgiram assim da chuva?

Talvez nada surja de nada.
E no fim, surja apenas um...
Aquele que enganou a si.



domingo, 27 de outubro de 2013

Trecho do livro da psicóloga Junguiana Clarissa Pinkola Estes – Ciranda das Mulheres Sábias.



Trecho do livro da psicóloga Junguiana Clarissa Pinkola Estes – Ciranda das Mulheres Sábias.


"Toda árvore possui por baixo da terra uma versão primeva de si mesma. Por baixo da terra, a árvore venerável abriga uma "árvore oculta", feita de raízes vitais constantemente nutridas por águas invisíveis.
A partir dessas radículas, a alma oculta da árvore empurra a energia para cima, para que suas naturezas mais verdadeiras, audazes e sábias vicejem a céu aberto.

O mesmo acontece com a vida de uma mulher.

Como a árvore, não importa em que condições ela esteja acima da terra, exuberante ou sujeita a enorme esforço, por baixo da terra existe UMA MULHER OCULTA que cuida do estopim dourado, aquela energia brilhante, aquela fonte profunda que nunca será extinta.

A MULHER OCULTA está sempre procurando empurrar esse espírito essencial em busca da vida.
Para cima, para que atravesse o solo cego e consiga e consiga nutrir seu eu a céu aberto e o mundo ao seu alcance. (...)
A VIDA NOVA está armazenada na RAIZ (...)
Portanto, que sempre consigamos resistir a quaisquer falsidades coletivas que procuram anular a visão e a audição da alma.
Assim, a mulher sábia espia do meio do bosque cerrado. Que nos afastemos dos zombeteiros que não ouvem esse chamado para a vida da alma.

Assim, a mulher sábia avança por seu caminho.
Se necessário for, que nos transformemos em alegres subversivas que estão em constante crescimento e tem um coração luminoso e calmo.
Assim , chega o espírito à superfície do lago.
Que nos recusemos a ser jogadas para cair em um lugar qualquer, mas, em vez disso, vamos planejar e cumprir nossas fugas do que é morbidamente banal, bem como do que é cronicamente vazio e banal. Assim, o espírito se ergue em pleno esplendor. (...)
...Que você sempre se lembre de estar conectada à alma, se for visão e forma o que deseja,
...e de estar conectada ao espírito, se for energia e determinação que necessitar para agir pelo seu próprio bem e pelo mundo,
...e se for SABEDORIA o que quiser, que você sempre una o espírito à alma, ou seja, una a ação à paixão, a ousadia à sabedoria, a energia à profundidade...
...Assim, filha querida, anime-se e inspire-se.
...Assim, que você escolha o que tornar maior, não menor, o seu coração, sua mente e sua vida,
...Que você absorva o que tornar mais profundos, não mais amortecidos, seu coração, sua mente e sua vida,
... Que você escolha o que a faça dançar, não mais andar pesadamente e cochilar, pelo tempo afora... (...)
Desde sempre esteve esperando por você na sua floresta interior, uma mulher, a maior das maiores, sentada à beira da maior das maiores fogueiras. (...)
E o maior dos maiores trabalhos que cabem a você é encontrá-la e mantê-la SEMPRE. (...)
Uma benção é para que você se lembre totalmente de quem é, e faça bom uso da magnitude que nasceu embutida no seu eu precioso e indomável. (...)
Há quem diga que bênçãos são apenas palavras. Mas, minha filha, tendo em vista sua ESPERANÇA, sua capacidade de AMAR, seu anseio pela ALMA e pelo ESPÍRITO, sua carga CRIATIVA, seu interesse e fascínio por VIVER A VIDA PLENAMENTE, essa benção para você não é só “palavras”.

DIGO-LHE QUE ESTA BENÇÃO É PROFECIA.”

sábado, 5 de outubro de 2013

Fun.: Some Nights [OFFICIAL VIDEO]


Some Nights
Some nights, I stay up cashing in my bad luck
Some nights, I call it a draw
Some nights, I wish that my lips could build a castle
Some nights, I wish they'd just fall off

But I still wake up, I still see your ghost
Oh lord, I'm still not sure what I stand for
What do I stand for?
What do I stand for?
Most nights, I don't know...
Anymore

This is it, boys, this is war
What are we waiting for?
Why don't we break the rules already?
I was never one to believe the hype
Save that for the black and white
I try twice as hard and I'm half as liked
But here they come again to jack my style

That's alright (that's alright)
I found a martyr in my bed tonight
Stops my bones from wondering just who I, who I
Who I am
Oh, who am I?
Humm, humm

Well, some nights, I wish that this all would end
Cause I could use some friends for a change
And some nights,
I'm scared you'll forget me again
Some nights, I always win (I always win)

But I still wake up, I still see your ghost
Oh lord, I'm still not sure what I stand for
What do I stand for?
What do I stand for?
Most nights, I don't know

So this is it?
I sold my soul for this?
Washed my hands of that for this?
I miss my mom and dad for this?

No, when I see stars
When I see stars, that's all they are
When I hear songs
They sound like a swan, so come on
Oh, come on
Oh, come on
Oh, come on

Well, this is it, guys, that is all
Five minutes in and I'm bored again
Ten years of this, I'm not sure if anybody understands
This one is not for the folks at home
Sorry to leave, mom, I had to go
Who the fuck wants to die alone
All dried up in the desert sun?

My heart is breaking for my sister
And the con that she called "love"
But when I look into my nephews eyes...
Man, you wouldn't believe
The most amazing things
That can come from...

Some terrible nights

The other night, you wouldn't believe the dream
I just had about you and me
I called you up, but we'd both agree
It's for the best you didn't listen
It's for the best we get our distance
For the best you didn't listen
It's for the best we get our distance
Algumas Noites
Algumas noites, fico acordado contabilizando meu azar
Algumas noites, digo que estamos quites
Algumas noites, queria que meus lábios fizessem um castelo
Algumas noites, queria que eles desmoronassem

Mas ainda acordo, ainda vejo seu fantasma
Oh Senhor, ainda não tenho certeza de qual é minha causa
Qual é a minha causa?
Qual é a minha causa?
Na maioria das noites, eu não sei...
Mais

Chegou a hora, garotos, é guerra
O que estamos esperando?
Por que ainda não quebramos as regras?
Nunca fui daqueles que acredita no que está na moda
Deixe isso para os negros e brancos
Tento o dobro e sou querido pela metade
Mas aí vêm eles de novo para zombar de meu estilo

Esta tudo bem (está tudo bem)
Encontrei uma mártir na minha cama esta noite
Impede que meus ossos questionem quem sou, quem sou
Quem eu sou
Oh, quem eu sou?
Humm, humm

Bem, algumas noites, eu queria que tudo isso acabasse
Porque eu poderia estar com amigos para variar
E algumas noites,
Tenho medo de que você me esquecerá de novo
Algumas noites, eu sempre ganho (eu sempre ganho)

Mas ainda acordo, ainda vejo seu fantasma
Oh Senhor, ainda não tenho certeza de qual é minha causa
Qual é a minha causa?
Qual é a minha causa?
Na maioria das noites, eu não sei

Então é isso?
Eu vendi minha alma por isso?
Lavei minhas mãos por isso?
Tenho saudades da minha mãe e do meu pai por isso?

Não, quando vejo estrelas
Quando vejo estrelas, isso é tudo que elas são
Quando ouço canções
Elas soam como um cisne, então vamos lá
Oh, vamos lá
Oh, vamos lá
Oh, vamos lá

Bem, é isso, pessoal, isso é tudo
Cinco minutos e estou entediado de novo
Dez anos disso, não tenho certeza se alguém entende
Esta não é para o pessoal de casa
Desculpe por ir embora, mãe, eu tive de ir
Quem quer morrer sozinho
Seco pelo sol do deserto?

Meu coração está se partindo pela minha irmã
E o condenado que ela chamava de "amor"
Mas quando olho nos olhos dos meus sobrinhos
Cara, você não acreditaria
Nas coisas mais maravilhosas
Que podem surgir...

Algumas noites terríveis

Há algumas noites, você não acreditaria no sonho
Que acabei de ter com você e eu
Eu chamei você, mas ambos concordamos
Foi melhor você não ter ouvido
Foi melhor ficarmos distantes
Foi melhor você não ter ouvido
Foi melhor ficarmos distantes

Quinquilharias...

Quinquilharias são artefatos de pequeno valor. Ás vezes juntamos um monte deles em casa. Esses artefatos, por não possuírem valor agregado, facilmente são esquecidos e colocados de lado, sendo substituídos por outros, embora o primeiro ainda poderia ter um bom uso. 
O problema é que são bagatelas, coisinhas de valor insignificante, são de fácil substituição. 
No conjunto de circunstâncias que cercam nossas vidas, algumas são nos apresentadas como valores de quinquilharias: emoções de quinquilharia, pessoas de quinquilharia, ideia de quinquilharia. 
No desejo de pôr  a salvo as nossas quinquilharias emocionais, nos tornamos uma espécie de amontoadores de lixo emocional: não permitimos que se crie espaço para o novo em nossas vidas. 
É algo parecido com o dito no Princípio de exclusão de Pauli em física quântica: " Num átomo, não existem dois elétrons com os seus quatro números quânticos iguais." 
fato é que se não liberamos espaço, não retiramos as quinquilharias, não reavaliamos as emoções, o novo não vem.  
Porém, algumas retiradas são f. difíceis de retirar, mas o fim dessa atitude é compensador.  




sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Isso já faz muito tempo

O campeonato de queimada.
O Apertar a campainha e correr.
Os incríveis natais em família.
Os piqueniques com o vovô.
O LP  da Última Trombeta.
Os olhos verdes o primeiro namorado.
O primeiro dia de treino.
O incrível placar de setenta a dois,
Os treinos no clube.
A mudança no dia de chuva.
A cerveja à um real.
O Walkman, caneta e fita.
A vinda dos Ramones, trem, BH.
A beatice na igreja.
O mergulho no amor.
O nascimento da alegria.
As provas, o trabalho, as gentes.
A tristeza, a parada, a "procissão".
O retorno e a descontinuação.
A descoberta e a aceitação.
As "eus".

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Resposta ao Medíocre

Assim era ele: afilhado do comum. 
Acreditava que nada de especial no mundo podia ser realizado por ele. Por esse motivo, a mediocridade era sua marca registrada. Já não suportava olhar-se ao espelho todas as manhãs.
Contentava-se com o que lhe disseram e repetia sem a devida reflexão a frase de Schopenhauer: "A fé e o saber não se dão bem dentro da mesma cabeça - são como o lobo e o cordeiro dentro de uma jaula; e o saber é justamente o lobo, que ameaça devorar seu vizinho."
Assim, imerso em sua ausência de profundidade seguia sua vida, fazendo coisas comuns e ordinárias. 
Nada de muito importante era lhe exigido, nada de muito extraordinário lhe acontecia. 
Ao fim da vida, contentou-se por nada de ruim ter-lhe acontecido, porém começou também a lamentar o fato de não ter histórias para contar.  E no alto de sua nostalgia colocou-se a pensar: e se... e se... e se... 

Logo se cansou e desistiu. Chegou a conclusão que ideais não teriam-no tirado de seu céu vazio e vão.  

Mas... E se? 

"A vida é a arte de tirar conclusões suficientes a partir de premissas insuficientes." (anônimo?)



sábado, 7 de setembro de 2013

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

CUIDADO COM A VITÓRIA DE PIRRO



Uma das expressões históricas mais recorrentes no vocabulário popular é a chamada “Vitória de Pirro”.
Pirro foi um rei na antiga Grécia, mais especificamente de Épiro e da Macedônia, onde hoje está situada a Albânia. Desde sempre, Pirro foi um opositor feroz dos romanos. A ele não agradava o expansionismo da Bota. Na verdade, Pirro pretendia o exato oposto do que fizeram os romanos: formar um imenso Império grego, sob seu comando, estendendo-se desde a península do Peloponeso até o sul ta Itália. Para alcançar esse intento, era evidente que seu principal objetivo era fustigar os romanos.
E foi isso que Pirro fez. Naquela época, os romanos já haviam crescido bastante, mas ainda não dominavam toda a península itálica. Para conquistar o restante da Europa, era necessário garantir a retaguarda. Assim, os romanos resolveram invadir o sul da Itália. Tarento foi a cidade escolhida.
Por suposta inspiração do Oráculo de Delfos, Pirro resolveu mandar tropas para defender Tarento. A empreitada mataria dois coelhos com uma só cajadada: impediria o avanço romano ao mesmo tempo em que atrairia os tarentinos para o seu lado.
Numa sangrenta batalha, conhecida como Batalha de Heracléia, os exércitos de Pirro rechaçaram a invasão romana, ao custo de 4.000 baixas de seu lado e 7.000 do lado romano.  Ao contrário do que muita gente diz por aí, não foi a Batalha de Heracléia que cunhou a expressão “vitória de Pirro”. As baixas foram muitas, mas nada que prejudicasse o moral do exército jônico. A primeira parte do plano fora alcançada com êxito.
A segunda parte era iniciar a tomada da península itálica. Pirro bolou uma estratégia clássica: um desembarque no sul da península itálica, para depois subir em direção a Roma. Com suas tropas e elefantes, Pirro desembarcou em Apúlia, região que corresponde ao calcanhar da Bota. Lá, novamente enfrentou os exércitos romanos. Uma vez mais levou a melhor, na batalha que ficou conhecida como Batalha da Ásculo. Mas, dessa vez, as baixas foram pesadas demais. Somados os mortos e feridos das duas campanhas, o exército de Pirro reduzia-se perigosamente a olhos vistos. A despeito dos cumprimentos recebidos dos aliados e de seus generais, o rei de Épiro pronunciou uma frase que, de tão realista, entraria para a história:
“Mais uma vitória como essa e estamos perdidos”.
Depois de uma tentativa frustrada de tomar mais uma parte da Bota, Pirro recolheu-se ao Peloponeso e conquistou a Macedônia. Pouco tempo depois, morreria em circunstâncias misteriosas. Alguns relatos dizem que ele morreu envenenado. Outros, que foi morto numa das vielas da cidade de Argivo.
Desde então, a expressão Vitória de Pirro designa uma batalha cujo custo é muito alto. Não significa, ao contrário do que erroneamente propagado por aí, uma vitória que não vale nada. A vitória representa muito, mas a energia despendida na empreitada é tão assustadoramente grande que você deve pensar duas vezes se deve ou não lutá-la.
Quando você precisar usar uma expressão para representar uma vitória que efetivamente não vale nada, prefira uma machadiana: “Ao vencedor, as batatas”. Fica igualmente elegante e etimologicamente mais correto.

Fonte: http://blogdomaximus.com/2012/07/17/cuidado-com-as-vitorias-de-pirro/

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Dom de Iludir - Caetano Veloso

Caetano fez esse lirismo porque entendia a alma das mulheres. Era uma resposta à composição de Noel Rosa, Pra que mentir?:"

Trecho da música Pra que mentir de  Noel Rosa: 



"Pra que mentir se tu ainda não tens

Esse dom de saber iludir?

Pra quê?! Pra que mentir

Se não há necessidade de me trair?

Pra que mentir, se tu ainda não tens

A malícia de toda mulher?

Pra que mentir

se eu sei que gostas de outro

Que te diz que não te quer?

Pra que mentir

Tanto assim

Se tu sabes que eu sei

Que tu não gostas de mim?!


Resposta feminina, como todo o lirismo de Caetano:





Dom de Iludir

Composição: Caetano Veloso



Não me venha falar 

Na malícia de toda mulher

Cada um sabe a dor 

E a delícia de ser o que é

Não me olhe como se a polícia 

Andasse atrás de mim

Cale a boca

E não cale na boca 

Notícia ruim

Você sabe explicar

Você sabe entender

Tudo bem

Você está

Você é

Você faz

Você quer

Você tem

Você diz a verdade

E a verdade é o seu dom de iludir

Como pode querer que a mulher 

Vá viver sem mentir