segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O porquê da Música Paraíba Masculina mulher macho sim senhor e a relação com arquétipo Atena

Paraíba Masculina: de Humberto Teixeira
Interprete: Luiz gonzaga
A música: “Paraíba masculina” foi escrita por Humberto Teixeira para o estado  da Paraíba para homenagea-la :  o trecho "eita, pau Pereira que em Princesa já roncou" refere-se ao  episódio liderado pelo Coronel José Pereira, chefe político do município Princesa Isabel que alegou a independência e declarou guerra contra o estado da Paraíba governado então por João Pessoa Cavalcanti.
 A música segue em seu trecho: “seu bodoque não quebrou” refere-se à coragem de João Pessoa em brigar de qualquer forma, mesmo de bodoque (uma espécie de arma artesanal, estilingue) se fosse necessário.
Por fim, a Paraíba participou ativamente da formação da Aliança Liberal em 1930, movimento que tinha Getúlio Vargas como candidato a Presidente e João Pessoa como candidato a Vice, contrária às forças políticas situacionistas que levaram Júlio Prestes a se eleger Presidente da República.
Estátua diante do Parlamento da Áustria


A música na verdade, foi uma homenagem a um estado tão pequenino, feminino, mas que participou de um movimento que transformou a nação inteira. “Mulher macho” refere-se à própria Paraíba (estado), definitiva na história da nossa nação.
O estado, um dos dois com nome feminino além da Bahia (Santa Catarina é sempre referido como “ o estado de Santa Catarina), tem muito de Atenas, assim como muitas guerreiras do cotidiano, que não precisam declarar-se "mulheres macho". Atenas abriu mão do relacionamento afetivo com o masculino e era adorada como deusa virgem.
Ares jamais conseguiu ser oponente a sua altura.  " A teoria feminista tem apresentado Atena como o arquétipo da mulher forte que, longe de abrir caminho para outras mulheres terem sucesso, assegura que ela permaneça como uma exceção. Isso tem dado uma dimensão mítica às acusações que mulheres dominantes na vida pública e política têm sofrido ao longo de toda a história…" wink\Atena
Ainda existem incorreções em relação à música e ao arquétipo Atena, pois tudo desconhecido causa certo temerosidade, mas aos poucos o mito (do mito) se desfaz.

domingo, 26 de agosto de 2012

Mário Quintana - Um vôo de Andorinha


UM VÔO DE ANDORINHA

Um vôo de andorinha
Deixa no ar o risco de um frêmito...
Que é isto, coração?! Fica aí, quietinho:
Chegou a idade de dormir
Mas
Quem é que pode parar os caminhos?
E os ricos cantando e correndo?
E as folhas ao vento? E os ninhos...
E a poesia...
A poesia como um seio nascendo.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Menina mais feia (Girl uglier) – Paradise (Coldplay)

Tem nove anos, uma mãe que acredita que tudo é efêmero e passageiro, tem um pai que é “emsimesmado” e que acha que a menina mais feia é a menina mais linda do mundo.
“Quando ela era apenas uma garota,
Ela esperava o mundo
Mas ele vôou fora de seu alcance
Então ela fugiu em seu sono
E sonhava com o paraíso
Toda vez que ela fechava seus olhos”
Na televisão a menina não vê ninguém como ela.  Quando finalmente aparece alguém parecido com ela, com sua cor, com seu  cabelo de caracóis negro como graúna, a menina sente-se surpreendida com a beleza desse alguém, porém  nos anos 80 tanto aqui como aqui como lá fora sua cor está sempre em posição inferior. O que faz a menina pensar que seria bom ser de outro jeito, com outra vida, outros pais, outra escola, outro mundo! Mas a menina feia vai crescendo ...
“... vida continua,
E fica tão pesada
O Ciclo da Borboleta se Rompe
Cada lágrima, uma cachoeira
Na noite, a noite de tempestade
Ela fechará seus olhos
Na noite
Na noite tempestuosa
Para longe ela voaria...
E assim por debaixo dos céus tempestuosos
Ela dizia: ''oh, ohohohoh
Eu sei que o sol deve se pôr para levantar
E sei que isso meu paraíso"
E o que aconteceu com a menina? Descobriu-se que na verdade a menina não era feia, embaixo daquela  timidez existiam a força de Hera, a beleza de Psiquê , a sensualidade de Afrodite e a sagacidade de Atenas. Por muito tempo a menina quis que outras pessoas vissem realmente quem era a verdadeira criança e o que existia por dentro dela.
Mas isso nunca será possível. Porque?  O  Ciclo da Borboleta se Rompeu para dar lugar a verdadeira Deusa! 

sábado, 18 de agosto de 2012

Afrodite e Adônis: O real amor da Deusa


A figura de Adônis é relacionada desde a antiguidade clássica, ao modelo de beleza masculina. Adon significa Senhor em fenício e foi na Grécia Antiga que sua lenda adquiriu maior significação. O nascimento de Adônis foi fruto de relações incestuosas entre Smirna ou Mirra e seu pai Téias, rei da Assíria, que enganado pela filha, com ela se deitou 12 vezes. Quando percebeu a trama, Téias quis matá-la e Mirra pediu ajuda aos deuses que a transformaram em uma árvore, a Mirra. Da casca dessa árvore nasceu Adônis. 

Maravilhada com a extraordinária beleza do menino, Afrodite tomou-o sob sua proteção e o entregou a Perséfone, deusa dos infernos, para que o criasse. Quando Adônis cresceu, as deusas passaram a disputar a companhia do menino. Zeus ao julgar a questão estipulou que ele passaria um terço do ano com cada uma delas, mas Adônis preferia Afrodite e permanecia sempre com ela.

Brincando com seu filho, Afrodite se feriu com uma das flechas do amor de Eros. Antes que pudesse curar-se, Afrodite se apaixonou por Adônis. Ela passava o tempo todo com Adônis e quando ele saia para caçar, Afrodite recomendava:


- " Sê bravo com os tímidos pois a coragem contra os corajosos não é segura. Evita expor-te ao perigo para não ameaçar a minha felicidade. Não ataque os animais que a natureza armou. Não aprecio tua glória ao ponto de consentir que a conquiste expondo-te assim. Tua juventude e a beleza que me encantam, não enternecerão os corações dos leões e dos rudes javalis. Pensa em suas terríveis garras e em sua prodigiosa força. " 

Logo depois Afrodite tomou seu carro puxado por cisnes e partiu através dos ares. Adônis, porém, era demasiadamente altivo para seguir tais conselhos. Imediatamente seus cães expulsaram um javali de seu covil e o jovem lançou seu dardo, ferindo o animal. Mas a fera não se amendrontou e investiu contra Adônis, que em vão tentava correr. Por fim, o javali o alcançou cravando-lhe os dentes, deixando-o estendido e moribundo.
Afrodite ouviu os gemidos de seu amado e voltou à terra com seus corcéis de brancas asas. Do alto viu o corpo sem vida de Adônis, coberto de sangue. Curvando-se sobre ele, esmurrou o peito e acusou as Parcas:

- " Sua ação constituiu um triunfo parcial. A memória de meu sofrimento perdurará, e o espetáculo de tua morte e de tuas lamentações, anualmente será renovado em memória de Adônis. Teu sangue será transformado em uma flor; este consolo ninguém pode me negar."
Espalhando néctar sobre o sangue, ao se misturarem, transformaram-se numa lagoa de onde nasceu uma flor cor de sangue, uma flor de vida curta. Dizem que o vento lhe abre os botões e depois arranca e dispersa as pétalas; assim é a Anêmona chamada de flor-do-vento, pois o vento é a causa tanto de seu nascimento como de sua morte. Sem poder conter a tristeza causada pela perda do amante, Afrodite instituiu uma cerimônia de celebração anual para lembrar sua trágica e prematura morte. Entre rosas e jacintos, muitas vezes repousa o jovem Adônis. Amortecida a dor, a seu lado jaz a triste rainha dos assírios.

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O mito de Adônis se relaciona com os ritos simbólicos da vegetação, simbolizando a morte da planta nas entranhas da terra e sua germinação simbolizando a vida. Adônis é considerado como o ciclo da semente que morre e ressuscita. A própria Afrodite teria instituído uma celebração anual na Síria para perpetuar a memória do seu amor oriental e a morte de Adônis era solenemente comemorada. 

Os festivais anuais ocorriam em cidades egípcias e gregas. Durante os rituais fúnebres, as mulheres plantavam sementes de flores e regavam com água morna, para que crescessem mais depressa. Isso fazia com que as roseiras dessem flores rapidamente, mas rapidamente feneciam. Eram os chamados Jardins de Adônis e relembram que devemos aproveitar o momento presente, pois a vida é efêmera como a flor quando é colhida. 




A história de Adônis e Afrodite retrata o amor marcado pela dor da separação. Quando passamos pela experiência de uma separação, a dor se instala e torna difícil manter o equilibrio e a serenidade. Perdemos as forças para fazer algo por nós mesmos, nada nos faz sentir melhor, como se houvesse uma culpa oculta pelos próprios sentimentos. Há uma mistura de sentimentos: culpa, abandono, raiva, medo, rancor, tristeza, frustração, impotência, dor, solidão, sem sabermos o que fazer com cada um deles.
 

Alguns tendem a negar os próprios sentimentos, evitando demonstrar seus sentimentos e, no entanto sofrem, porque o abandono é a morte dos sonhos a dois. Negar o que sente é o caminho menos indicado, pois os sentimentos podem buscar outras formas de expressão, em geral atacando o corpo. E, por mais que a dor seja intensa, o melhor caminho é enfrentar tudo o que se sente.

Separar-se de alguém, não é uma fácil tarefa. Ainda que se trate da definição de relacionamentos destrutivos, ainda que não houvesse mais amor, é um momento de dor que atinge a alma que sangra com a certeza de nunca cicatrizar. Há um sentimento de vulnerabilidade e incapacidade, quando as emoções alcançam uma grande intensidade e deixa de existir um espaço para a razão. 


O momento da separação muitas vezes leva a um retorno ao passado, buscando a imagem da pessoa pela qual nos apaixonamos. Essa pode ser uma das dificuldades em aceitar a separação, pois há sempre a esperança de que volte a ser a pessoa que um dia conhecemos e idealizamos no passado. Tem-se as lembranças dos momentos agradáveis, das promessas de amor eterno, dos projetos feitos a dois. Muito provavelmente os projetos e sonhos só existiam para uma das partes; um sonho solitário marcado pela indiferença do outro.

Às vezes a prisão está apenas nas palavras do que nas atitudes ou falta delas. E o processo de separação visa corrigir exatamente essa falta de compartilhamento. Insistir no que não existe mais, derramar lágrimas pelo que não tem chance, perder noites de sono, não reverte a situação, ao contrário, torna-a mais dolorida.
 Apesar da perda, dos erros e feridas, podemos e devemos, fazer algo para conseguirmos suportar esse momento tão cruel e que parece não ter fim. Respeitar os próprios sentimentos é o início da cura.

Ainda não existe um manual que ensine a esquecer um grande amor. Mesmo que os amigos aconselhe e recomende para esquecer, não se apaga da mente apenas o que se quer. Gostar de alguém é função do coração, mas esquecer, não. A mente age por conta própria para lembrar. Tenta-se ir ao shopping, ver vitrines, fazer compras mas basta chegar em casa para ir correndo rever fotos e reler cartas antigas. Qualquer música parece feita para atingir sua dor; qualquer livro tem a semelhança do que está vivendo; qualquer paisagem é motivo de lembrança de outras paisagens onde estiveram.
 

Livrar-se de uma lembrança é um processo lento, impossível de programar. Ninguém consegue tirar alguém da cabeça na hora que quer, e às vezes a única solução é inverter o jogo: em vez de tentar não pensar, o melhor é esgotar a dor, permitindo-se recordar, chorar e ter saudade. Por mais árduo que o caminho possa parecer, pode se tornar muito mais iluminado, se permitir que sua própria luz te conduza. Um dia a ferida cicatriza e você, tendo se acostumado com ela, acaba por esquecê-la. Com fórceps é que a criatura não sai...

(Thomas Bulfinch - do livro de ouro da mitologia/ e outras fontes)

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Caetano Veloso - Tropicália

Música de Caetano Veloso, "Tropicália" é um dos ícones do movimento tropicalista e faz parte do disco solo de estréia de Caetano, lançado pela gravadora Philips em 1968.

Tropicália

Caetano Veloso

Sobre a cabeça os aviões Sob os meus pés os caminhões Aponta contra os chapadões Meu nariz
Eu organizo o movimento Eu oriento o carnaval Eu inauguro o monumento No planalto central do país
Viva a Bossa, sa, sa Viva a Palhoça, ça, ça, ça, ça Viva a Bossa, sa, sa Viva a Palhoça, ça, ça, ça, ça
O monumento É de papel crepom e prata Os olhos verdes da mulata A cabeleira esconde Atrás da verde mata O luar do sertão
O monumento não tem porta A entrada é uma rua antiga Estreita e torta E no joelho uma criança Sorridente, feia e morta Estende a mão
Viva a mata, ta, ta Viva a mulata, ta, ta, ta, ta Viva a mata, ta, ta Viva a mulata, ta, ta, ta, ta
No pátio interno há uma piscina Com água azul de Amaralina Coqueiro, brisa e fala nordestina E faróis
Na mão direita tem uma roseira Autenticando eterna primavera E no jardim os urubus passeiam A tarde inteira entre os girassóis
Viva Maria, ia, ia Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia Viva Maria, ia, ia Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia
No pulso esquerdo o bang-bang Em suas veias corre Muito pouco sangue Mas seu coração Balança um samba de tamborim
Emite acordes dissonantes Pelos cinco mil alto-falantes Senhoras e senhores Ele põe os olhos grandes Sobre mim
Viva Iracema, ma, ma Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma Viva Iracema, ma, ma Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma
Domingo é o fino-da-bossa Segunda-feira está na fossa Terça-feira vai à roça Porém...
O monumento é bem moderno Não disse nada do modelo Do meu terno Que tudo mais vá pro inferno Meu bem
Que tudo mais vá pro inferno Meu bem
Viva a banda, da, da Carmem Miranda, da, da, da, da Viva a banda, da, da Carmem Miranda, da, da, da, da
Sempre que ouço o trecho : "Eu inauguro o monumento no planalto central do país" da música Tropicália lembrei-me da viagem política que fiz em grêmios estudantis nos antigos primeiro e segundo graus e, mais tarde em centro acadêmicos no ensino superior.  Caetano desenhou um quadro onde escondeu sua ideologia e seu pensamento por meio de Tropicália. Não se pode analisar um texto sem levar em consideração o contexto no qual ele “nasceu”.  Quando se diz e "viva a mata ta ta" se ouve a é uma figura de linguagem (prosopopeia) de uma arama melhor visualizada adiante: "No pulso esquerdo o bang-bang Em suas veias corre Muito pouco sangue Mas seu coração Balança um samba de tamborim"  vista. Essa interpretação é aceitável, porém está longe de abarcar a profundidade dos versos, cheios metáforas. Podemos considerar a música toda como uma alegoria da mudança, um apelo ao novo (modo de governar), em oposição ao que estava estabelecido na época em que Caetano fez a música (A ditadura).  O monumento de que Caetano fala está em Brasília, é o Palácio do Planalto. Claro que a interpretação aqui exposta é válida, mas é muito aquém do propósito do discurso do eu-lírico (eu-autor) apresentado na letra em questão. No meu caso, meu eu-lírico não pode ser tão poético, nem ganhou brilho definido: a história começou com um convite para entrar em um ônibus (quando eu tinha 12 anos de idade). Este nos levou a mais dezenas de escolas, com mais dezenas de ônibus indo parar no planalto central. Na saída do ônibus, a contragosto, veio uma feliz senhora  com latas de tintas pintar minha cara e finalmente me explicar o que era aquela bagunça: essa é a ala do movimento cara pintada para alunos de primeiro grau.  "Mas todos os ônibus são do governo, como o movimento que é do governo, pode ser contra o próprio governante?" A mulher serena respondeu:  "Aqui escrevemos a história. E você menina agora é uma cara pintada, está mudando a cara do país e entrando para os anais da história!"
E será que mudou?

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Um pouco de Ares e sua representação masculina



Com exceção de sua amante Afrodite, atraída por sua masculinidade   fatal, todos do Olimpo e da família de Ares tinham sérias desconfianças do deus da guerra. Para Hera, sua mãe, ares era motivo e contínua vergonha.  Retratado em filmes como vingativo, sanguinário.
A retratação dos deuses olimpianos designa o que é projetado aos homens, cada qual por um arquétipo individualizado que representa o homem. Brandão aponta este fato no que convencionou chamar de complexo de Zeus. Uma tendência a monopolizar a autoridade e a destruir, nos outros a manifestação de autonomia. Esta descrição é tida por observarem-se determinadas atitudes do poderoso Zeus.
Todos os deuses possuem uma retratação que caracteriza o homem. Com Ares não é diferente. Brandão afirma que Ares está relacionado com o grego aré, “desgraça, infortúnio”, pois Ares é a representação desde o panteão homérico como o deus da guerra e da violência.
Apolo é representado como a reflexão e a prudência e Ares se notabiliza pelos músculos e pela força física. Seu prazer está em participar da violência e do sangue, como visto na guerra de Tróia onde coloca-se ao lado dos troianos, aborrecendo sua mãe Hera e Atena, sua irmã e rival na guerra, para agradar Afrodite, não importando com a opção de combater ao lado dos gregos ou dos troianos, pois não importa a causa que defende ou de que lado combata.
Observando Ares, e seu comportamento, verificamos que o deus não se “encaixa”no espírito grego, com exceção de Esparta. Ares como relata Brandão é de físico perfeito, como lhe chama o aleijado deus das forjas Hefesto. 
Ares nunca se casou preferindo apenas o “físico”. Tendo entre seus filhos muitos cruéis e sanguinários, como Deimos (o terror) e Phobos (o medo), 
A mais séria aventura amorosa do deus foi com Afrodite, a deusa do amor e mais bela entre as deusas do Olimpo, casada com o coxo Hefesto. Ares era ridicularizado por seus pares, desprezado pelos pais e até pelos poetas que o chamavam de bebedor de sangue, deus das lágrimas e flagelo dos homens, epítetos deprimentes. Por fim, Ares torna-se um antípoda do equilíbrio apolíneo entre os gregos, por sua incapacidade de adaptar-se ao espírito grego.
Por ser mais brutal e menos civilizado, o deus Ares é considerado similar, mas não equivalente a Marte (seu nome romano), como revelam WILKINSON & PHILIP. O prazer em lutar pelo mero prazer era repudiado. Portanto em seus mitos era constantemente derrotado graças a seu infortunado amor pelas batalhas e por se jogar ardentemente e inconsequentemente a guerra indiferente ao lado vencedor ou perdedor, desde que houvesse derramamento de sangue. O amor pelo conflito não era acompanhado da sabedoria de Atena (a meio irmã e também deusa da guerra), Ares foi inúmeras vezes derrotado pela própria deusa, assim como foi derrotado por Diomede, por Héracles e pelos gigantes filhos de Poseidon, Oto e Efialtes, que o prenderam em um jarro de bronze por 13 meses, até ser liberto por Hermes.
Ares foi o primeiro a ser julgado por homicídio, quando matou Halirrótio, filho de Poseidon. Julgado por doze deuses na colina da Acrópole de Atenas que ficou conhecida como Areópago, lugar em que os atenienses passaram a julgar os homicídios.
Ares representa as características humanas que o homem precisa ter em batalha, mas que somente os leva a vitória se estiver em comunhão com as representações masculinas de Apolo e acompanhado da sabedoria estratégica de Atena.
 Referências Bibliográficas:
BRANDÂO, Junito de Souza, Mitologia grega, vol II, 18º edição, Petropolis, RJ< vozes, 2009.
WILKINSON & PHILIP, 1955, guia Zahar:mitologia/ WILKINSON & PHILIP,segunda edição ,Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed, 2010
SILVIO, Leandro. <http://cpantiguidade.wordpress.com/2011/04/24/ares-arquetipo-masculino/> acessado em agosto de 2012

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Jardim das Delícias em pintura de Bosch

Trítico aberto

Fonte: <http://upload.wikimedia.org/> acessado em agosto de 2012


Hieronymus Bosch

Jeroen van Aeken, cujo pseudónimo é Hieronymus Bosch, e também conhecido comoJeroen Bosch, ('s-Hertogenbosch, c. 1450 — Agosto de 1516), foi um pintor e gravadorHolanda dos séculos XV e XVI.
Muitos dos seus trabalhos retratam cenas de pecado e tentação, recorrendo à utilização de figuras simbólicas complexas, originais, imaginativas e caricaturais, muitas das quais eram obscuras mesmo no seu tempo.
Pintores alemães como Martin SchongauerMatthias Grünewald e Albrecht Dürerinfluenciaram a obra de Bosch. Apesar de ter sido quase contemporâneo de Jan van Eyck, seu estilo era completamente diferente.
Especula-se que sua obra terá sido uma das fontes do movimento surrealista do século XX, que teve mestres como Max Ernst e Salvador Dalí.
Pieter Brueghel o Velho foi influenciado pela arte de Bosch e produziu vários quadros em um estilo semelhante.

Jardim das Delícias

O Títrico é um painel de três obras conjuntas. Quando as partes laterais são fechadas, o painel externo mostra uma representação em tons de cinza e marrom de Deus e a criação do mundo. À esquerda, enxerga-se Deus depois de criar Eva. A paisagem no painel central mostra uma série de prazeres mundanos; os detalhes da figura ora são ingênuos, ora são eróticos. No painel da direita, os condenados são atormentados por lembranças surreais das atividades que o levaram até lá. Vários músicos são torturados por mensagens gigantescas de seus instrumentos. Da mesma forma, um caçador é empalado por uma lebre e um caçador é devorado por seus próprios cães de caça.
Bosch quer ensinar que as atividades carnais são pecadoras e conduzem aos tormentos do inferno. No terceiro painel, encontram-se personificações dos 7 pecados capitais. O Orgulho encara seu reflexo no traseiro de um demônio, a Gula é obrigada a vomitar num buraco.

Trítico fechado


Fonte: <http://upload.wikimedia.org/> acessado em agosto de 2012

Referência: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Hieronymus_Bosch> acessada em agosto de 2012

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Mito do Andrógino de Platão e amor romantico, paixão e alma gêmea

Mito do Andrógino de Platão

  Segundo esta Mitologia, a humanidade era diferente. Não havia dois gêneros, mas três: homem, mulher e a união dos dois. Este último gênero tinha um nome que expressava bem essa sua natureza e hoje perdeu seu significado: Andrógeno. Além disso, seu formato era redondo: suas costas e seus lados formavam um círculo e ele possuía quatro mãos, quatro pés e uma cabeça com duas faces exatamente iguais, cada uma olhando numa direção, pousada num pescoço redondo. Podia andar ereta, como os outros seres humanos faziam, para frente e para trás. Mas podia também rolar sobre seus quatro braços e quatro pernas, cobrindo grandes distâncias, veloz como um raio de luz. Eram redondos porque redondos eram seus pais: o homem era filho do Sol. A mulher, da Terra. E o par, um filhote da Lua.

Sua força era extraordinária e seu poder, imenso. E isso os tornou ambiciosos. E quiseram desafiar os deuses. Foram eles que ousaram escalar o Olimpo, a montanha onde vivem os imortais. O que deviam fazer os deuses reunidos no conselho celeste? Aniquilar as criaturas? Mas como ficar sem os sacrifícios, as homenagens, a adoração? Por outro lado, tal insolência era perfeitamente intolerável. Então...


O Grande Zeus rugiu: Deixem que vivam. Tenho um plano para deixá-los mais humildes e diminuir seu orgulho. Vou cortá-los ao meio e fazê-los andar sobre duas pernas. Isso com certeza irá diminuir sua força, além de ter a vantagem de aumentar seu número, o que é bom para nós. E mal tinha falado, começou a partir as criaturas em dois, como uma maçã. E, na medida em que os cortava, Apolo ia virando suas cabeças, para que pudessem contemplar eternamente sua parte amputada. Uma lição de humildade. Apolo também curou suas feridas, deu forma ao seu tronco e moldou sua barriga, juntando a pele que sobrava no centro, para que eles lembrassem do que haviam sido um dia.


E foi aí que as criaturas começaram a morrer. Morriam de fome e de desespero. Abraçavam-se e deixavam-se ficar assim. E quando uma das partes morria, a outra ficava à deriva, procurando, procurando...


Zeus ficou com pena das criaturas. E teve outra idéia: virou as partes reprodutoras dos seres para a sua nova frente. Antes, eles copulavam com a terra. De agora em diante, se reproduziriam um homem numa mulher. Num abraço. Assim a raça não morreria e eles descansariam. Poderiam até mesmo continuar tocando o negócio da vida. Com o tempo eles esqueceriam o ocorrido e apenas perceberiam seu desejo. Um desejo jamais inteiramente saciado no ato de amar, porque mesmo derretendo-se no outro pelo espaço de um instante, a alma saberia, ainda que não conseguisse explicar, que seu anseio jamais seria completamente satisfeito. E a saudade da união perfeita renasceria, nem bem os últimos gemidos do amor se extinguissem.


E esta é a nossa história. De como um dia fomos um todo, inteiros e plenos. Tão poderosos que rivalizávamos com os deuses. É a história também de como um dia, partidos ao meio, viramos dois e aprendemos a sentir saudades. E é a razão dessa busca sem fim do abraço que nos fará sentir de novo e uma vez mais, ainda que só por alguns momentos (quem se importa?), a emoção da plenitude que um dia, há muito tempo, perdemos.


Não é à toa que aqui e ali, entre os chineses e os hindus, por exemplo, tenham florescido rituais, técnicas e filosofias, cujo objetivo era transformar a energia que nascia deste abraço em energia espiritual e fazer do sexo o caminho para o divino. Algo que, de fato, pudesse preencher o vazio de que somos feitos. Alguma coisa forte o bastante, para nos alçar de novo até o alto da montanha dos deuses. Mas esta história eu conto numa outra vez..

  

O mito e o amor romântico

E qual a ligação do mito com o amor/paixão nos dias de hoje? Na língua Grega, o termo “amor” tem uma tríplice acepção: agapé que significa cura, benevolência; eros que significa amor erótico; filia que significa amizade.
A etimologia do termo nos remete a: “entrar em…”,” ser em…”. Em relação à nós mesmos, o amor pode ser entendido como o “ir ao encontro de nós próprios”, “ entrar no profundo de si”. Assim como na segunda separação dos andrógenos por Zeus e Apolo.
Podemos definir o amor como tudo aquilo que através do desejo, nos move da interioridade para a vida. Ou ainda como a atração que nos inclina para um objeto diferenciado em relação aos outros, para o qual convergem energias, aspirações, desejos e pulsões.
 Paixão, do latim passione = sofrimento, sentimento excessivo; amor ardente; afeto violento. Paixão, palavra de origem Grega derivada de paschein, padecer uma determinada ação ou efeito de algum evento. É algo que acontece à pessoa independente de sua vontade ou mesmo contra ela. De paschein deriva pathos e patologia. Pathos designa tanto emoção como sofrimento e doença. As paixões, entendidas como emoções, mobilizam a pessoa impondo-se à sua vontade e à sua razão.
É uma vivência complexa que geralmente é prolongada, podendo ser duradoura mas raramente perene.
O amor, num sentido amplo, é um forte sentimento de apego. O amor gera desejos positivos e construtivos capazes de nos levar a sacrifícios quotidianos que em condições normais só faríamos por nós mesmos
Amor romântico. Amor obsessivo. Amor apaixonado. Paixão. Estar apaixonado é uma experiência universal à humanidade; faz parte da natureza humana.
 É um sentimento volátil, com frequência incontrolável, que se apodera da mente, trazendo alegria em um momento e desespero no outro.
O que é o amor? Entre as muitas definições está a de que este é um sentimento que nos dá a alegria pela mera existência do ser amado.
O objetivo final do amor, ainda que inconsciente, é encontrar um parceiro apto com quem se unir e ter filhos. Amor romântico. Amor obsessivo. Amor apaixonado. Paixão. Homens e mulheres de cada época e cultura foram "enfeitiçados, amolados e aturdidos" por este poder irresistível. Estar apaixonado é universal à humanidade; faz parte da natureza humana. Além disso, esta magia ataca a cada um de nós praticamente da mesma maneira. Significado especial: Uma das primeiras coisas que acontecem quando você se apaixona é que você vive uma mudança drástica na consciência: seu "objeto de amor" assume o que os psicólogos chamam de "significado especial". Seu amado torna-se singular, único e sumamente importante.
Atenção concentrada: A pessoa possuída pelo amor concentra a atenção quase completamente no amado, com frequência em detrimento de tudo e todos em torno dela, inclusive trabalho, família e amigos. Ortega y Gasset, o filósofo espanhol, chama isto de "um estado anormal de atenção que ocorre em um homem normal". Esta atenção concentrada é um aspecto essencial do amor romântico. Engrandecimento do amado: O apaixonado também começa a super dimensionar, até a exagerar aspectos minúsculos do adorado.
Assim os amantes governam a causa de sua paixão/ para amar suas damas por suas falhas", reflectiu Molière.Como nos iludimos quando amamos. Chaucer estava certo: "O amor é cego."Pensamento intrusivo:mas do amor romântico é a meditação obsessiva sobre o amado. É conhecida pelos psicólogos como "pensamento intrusivo". Você simplesmente não consegue tirar o amado da cabeça. Como Milton foi perspicaz em Paraíso perdido ao colocar Eva dizendo a Adão: "Contigo conversando, esqueço-me de todo o tempo".Fervor emocional: Nenhum aspecto isolado de "estar apaixonado" é tão familiar ao amante do que a torrente de emoções intensas que inundam sua mente. Catulo, o poeta romano, certamente foi arrebatado. Escrevendo para sua amada, ele disse: "Você me enlouquece. / Ver você, Minha Lésbia, tira-me o fôlego. / Minha língua congela, meu corpo/ enche-se de chamas".Ono No Komachi, uma poetisa japonesa do século IX, escreveu: "Deito-me desperta, quente/ as chamas crescentes da paixão/ explodindo, inflamando meu coração" A mulher do Cântico dos Cânticos, a carta de amor hebreu composta entre 900 e 300 a.C., lamentava: "Desfaleço de amor". E o poeta americano Walt Whitman descreveu este turbilhão emocional perfeitamente, ao dizer: "Esta furiosa tempestade galopa por mim — tremo apaixonadamente".
Energia intensa: A perda de apetite e sono tem uma relação direta com outra das sensações esmagadoras do amor: uma enorme energia. Ele também reconheceu claramente que o amante concentra toda sua atenção em uma só pessoa quando ama, ao dizer: "Ninguém pode amar duas pessoas ao mesmo tempo".Os aspectos fundamentais do amor romântico não mudaram em quase mil anos.
Oscilações de humor: do êxtase ao desespero: "Ele deriva pela água azul/ sob a lua clara,/ pegando lírios brancos no Lago Sul./ Cada flor de lótus/ fala de amor/ até seu coração se despedaçar." Para o poeta chinês do século VIII Li Po, o romance era doloroso.
A paixão romântica pode produzir uma variedade de mudanças estonteantes de humor que vão da exultação, quando o amor é retribuído, à ansiedade, desespero ou até raiva quando o ardor romântico é ignorado ou rejeitado. Como coloca o escritor suíço Henri Frederic Amiel, "Quanto mais um homem ama, mais ele sofre". Os povos tâmeis do sul da Índia chegam a ter um nome para esta enfermidade. Eles chamam este estado de sofrimento amoroso de "mayakkam", que significa intoxicação, tonteira e ilusão.
O desejo de união emocional: Esta necessidade assoberbante de união emocional, tão característica do amante, é memoravelmente expressa em O banquete, o relato de Platão de um jantar em Atenas em 416 a.C. Nesta noite festiva, algumas das mentes mais brilhantes da Grécia clássica reuniram-se para jantar na casa de Agaton. Enquanto se reclinam em seus divãs, um convidado propõe que se divirtam com um tópico de discussão, apenas desportivamente: cada um deles deveria descrever e louvar o Deus do Amor.
Todos concordaram. A flautista foi dispensada. Depois, um por um, eles usaram sua vez para louvar o Deus do Amor. Alguns consideraram esta figura sobrenatural a mais "antiga", a mais "honrada" ou a menos "preconceituosa" de todos os deuses. Outros sustentaram que o Deus do Amor era "jovem", "sensível", "poderoso" ou "bom". Mas não Sócrates. Ele começou sua homenagem contando o diálogo que teve com Diotima, a esposa sábia de Mantinea. Falando do Deus do Amor, ela disse a Sócrates: "Ele sempre vive em um estado de necessidade".
"Um estado de necessidade." Talvez nenhuma expressão em toda a literatura tenha apreendido com tanta clareza a essência do amor romântico apaixonado: Necessidade.

 À procura de pistas: Quando os amantes não sabem se seu amor é apreciado e retribuído, eles se tornam hipersensíveis aos sinais enviados pelo adorado. Como escreveu Robert Graves, "Ouvindo uma batida na porta, esperando por um sinal".
Mudança de prioridades: Muitos apaixonados também mudam o estilo do guarda-roupa, os maneirismos, os hábitos, às vezes até os valores para conquistar o ser amado.
O campeão do amor cortesão do século XII, André Capelão, resumiu este impulso escrevendo as palavras: "O amor não pode negar nada ao amor".
Os amantes reorganizam a vida para acomodar o ser amado. Dependência emocional: Os amantes também se tornam dependentes do relacionamento, muito dependentes. Como o Marco Antônio de Shakespeare declarou a Cleópatra, "Tinha eu o coração atado por fios a teu leme". Um antigo poema hieroglífico egípcio descrevia a mesma dependência ao dizer: "Meu coração é um escravo/ se ela me abraça”. 35 O trovador do século XII Arnaut Daniel escreveu: "Sou dela da cabeça aos pés”. 36 Mas Keats foi o mais apaixonado, escrevendo: "Em silêncio, para ouvir teu terno respirar,/ E assim viver para sempre — ou desvanecer até a morte".*  Como os amantes são tão dependentes de um amado, eles sofrem uma terrível "ansiedade de separação" quando não estão em contacto. Um poema japonês, escrito no século X, padece deste desespero. "A manhãzinha cintila/ no brilho difuso/ da primeira luz. Sufocado de tristeza,/ Eu te ajudo com tuas roupas." Os amantes são marionetes que balançam das cordas do coração do outro.
Empatia: Os amantes sentem uma enorme empatia pelo amado.  O poeta E. E. Cummings escreveu encantadoramente sobre isso, dizendo: "ela ria sua alegria ela chorava sua tristeza". Muitos amantes chegam a se dispor a se sacrificarem por seu amado. Talvez o sacrifício de Adão por Eva seja a oferta mais dramática de toda a literatura universal. Como Milton a descreveu, depois de descobrir que Eva havia comido da maçã proibida, Adão decide comer ele mesmo da maçã — o que ele sabe que levará à expulsão deles do Jardim do Éden e à morte. Adão diz: "pois contigo/ por certo minha resolução é morrer".
 A adversidade aumenta a paixão: A adversidade com frequência alimenta a chama. Chamo este curioso fenómeno de "frustração-atração", mas é mais conhecido como "efeito Romeu e Julieta".  Até as discussões ou rompimentos temporários podem ser estimulantes.Um dos exemplos mais divertidos da literatura de como a adversidade aumenta o romance é a peça de um ato de Tchekov, O urso.40 Neste drama, um proprietário de terras mal-humorado, Grigori Stepanovitch Smirnov, aparece na casa de uma jovem viúva para pegar um dinheiro que o marido morto devia a ele. A mulher se recusa a pagar um cópeque que seja. Ela está de luto, explica, e grita bruscamente para ele: "Não estou com espírito para me preocupar com questões monetárias". Isto lança Smirnov num discurso contra todas as mulheres — chamando-as de hipócritas, falsas, cruéis e ilógicas. "Brrrr!", ele diz com veemência, "Tremo de fúria". A raiva dele incita a dela e eles começam a trocar insultos aos gritos. Logo ele apela para um duelo. Aflita para fazer um buraco na cabeça dele, a viúva pega as pistolas do marido morto e eles tomam posições.
Esta estranha relação entre a adversidade e o ardor romântico é vital em todos os amantes das grandes lendas do mundo. Se incitados por dificuldades de um ou outro tipo, eles só se amam ainda mais. Dickens disse sobre isso: "O amor com frequência cresce de forma mais abundante na separação e sob as circunstâncias mais difíceis". É bem verdade.
Esperança: "Digamos que eu pudesse viver em esperança", argumenta o rei Pirro com Andrômaca no drama de amor e morte de Racine. Por que os amantes devem continuar a ter esperança, mesmo quando os dados lançados pela vida saem incansavelmente contra eles? A maioria ainda espera que o relacionamento renasça — até anos depois de ter terminado amargamente. A esperança é outra característica predominante do amor romântico. Uma ligação sexual: "Eu preferia morrer cem vezes a ficar sem o teu doce amor. Eu te amo. Eu te amo desesperadamente. Eu te amo como amo minha própria alma." Assim declarou Psiquê ao marido, Eros, em O asno de ouro, romance do século II de Apuleio. "Ardendo de desejo", continua a história, "ela se inclinou e o beijou impulsivamente, impetuosamente, com um beijo depois de outro depois de outro beijo, temerosa de que ele despertasse antes que ela tivesse terminado."
A poesia de todo o mundo atesta o intenso anseio do amante por união sexual com o amado, outra característica básica do amor romântico. Freud, assim como muitos eruditos e leigos, sustentava que o desejo sexual é um componente central do amor romântico.48 Não era uma ideia nova. Quem estudou o Kama Sutra, o manual do amor da Índia do século V, sabe que a palavra "love", "amor", vem do sânscrito "Lubh", que significa "desejar".
Exclusividade sexual: Os amantes também querem exclusividade sexual. Muitas das histórias de amor do mundo refletem esta possessividade sexual, bem como o desejo do amante de manter sua fidelidade sexual. Por exemplo, enquanto separado de Isolda, a Justa, Tristão casou-se com outra mulher com o mesmo nome, Isolda das Brancas Mãos — em grande parte porque esta mulher lhe trazia muito do apelo da amada. Mas Tristão não consegue consumar o casamento. Quando, na lenda árabe, Laila fica noiva de alguém que não era seu amado Majnun, ela também evita o leito nupcial.
Ciúme: Em seu livro sobre as regras do amor cortês, Capelão escreveu: "Quem não sente ciúme não é capaz de amar". Ele chamava o ciúme de "ama-de-leite do amor" porque acreditava que ele nutria a chama romântica. O sagaz clérigo, como sempre, estava certo. Em toda sociedade em que os antropólogos estudaram a paixão romântica, os dois sexos eram ciumentos, muito ciumentos.50 Como alertou o I Ching, o livro chinês da sabedoria escrito mais de três mil anos atrás, "Um vínculo estreito somente é possível entre duas pessoas; um grupo de três engendra ciúme".As fases do amor
1. Desejo É o que nos leva a sair à procura de qualquer coisa.
2. Atração É quando nos apaixonamos
3. Vinculação É a fase do amor sóbrio, que ultrapassa a fase da atração / paixão e fornece os laços para que os parceiros permaneçam juntos.


Referencia:
  • LUWISCH, Marini M. - <https://www.facebook.com/photo.php?fbid=370852959646831&set=a.264397383625723.58858.264385496960245&type=1&theater> acessado em 01 de agosto de 2012.
  • FISHER ,Helen.  Porque Amamos - A Natureza Química do Amor Romantico; Relógio d'Água; 2008.