terça-feira, 18 de junho de 2013

Sinfonia n.º 9 - Ode to Joy de Beethoven e Mitologia








A sinfonia n.º 9 tem um papel cultural de extrema relevância no mundo atual. Em especial, a música do último movimento, chamado informalmente de "Ode à Alegria". Foi apresentada pela primeira vez em 7 de maio de 1824, no Kärntnertortheater, em Viena, na Áustria. O regente foi Michael Umlauf, diretor musical do teatro, e Beethoven - dissuadido da regência pelo estágio avançado de sua surdez - teve direito a um lugar especial no palco, junto ao maestro.
 Foi a primeira vez que se tentava utilizar uma componente vocal numa sinfonia. Anton Schindler, célebre amigo de Beethoven, disse posteriormente: "quando ele começou a trabalhar no quarto movimento, a batalha recomeçou, mais intensa do que nunca. Sua meta era a de encontrar uma maneira apropriada de introduzir a ode de Schiller. Um dia ele [Beethoven] entrou na sala gritando: 'Consegui, consegui!' E então me mostrou um caderno com as palavras 'cantemos a ode do imortal Schiller'". No entanto, esta introdução acabou nunca chegando à obra final, e Beethoven ainda passou muito tempo reescrevendo aquela parte até que ela atingisse a forma conhecida atualmente.


Ode  to Joy e a Mitologia


1º Campos Elísios - Os gregos falavam que o deus Hades governava o mundo dos mortos Tártaro (Inferno, lugar cheio de sofrimentos) e também os Campos Elísios (uma espécie de Paraíso só acessível aos homens virtuoso e aos artistas e poetas). Autores, compositores e outros artistas com conhecimentos na área da filosofia usaram esse termo para se referir ao Paraíso.


Sempre que os autores mencionam a filha de Elísio, sugere-se mais a um sentimento de ventura, de contentamento, de prazer, etc. do que a uma personagem (tem outreas teorias). Este fator nos leva a concluir que em "Ode to Joy" (em português: "Ode à Alegria"), filha de Elísio quer dizer "Alegria", ou seja, Beethoven homenageia a filha de Elísio, a alegria, através de uma ode.

2º Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss, na mitologia, «para os gregos e romanos, mansão ocupada pelos heróis e pelos justos após a morte». Por extensão de sentido, é «relativo a ou local de prazeres, de felicidades». Por sua vez, o Dicionário da Porto Editora diz que, como substantivo, é «bem-aventurança» e, como adje(c)tivo, quer dizer «relativo ao Elísio; delicioso; feliz». Elísio vem «do grego Elýsion pedion, "os Campos Elísios", pelo latim Elysiu-».

Letra da 9.ª Sinfonia de Beethoven em português
Baixo
Ó, amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!
Baixo Quarteto e coro
Alegria, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir
O que o costume rigorosamente dividiu.
Todos os homens se irmanam
Ali onde teu doce vôo se detém.
Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,
Uma única em todo o mundo.
Mas aquele que falhou nisso
Que fique chorando sozinho!
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até a morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de Deus!
Tenor e coro
Alegremente, como seus sóis voem
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.
Coro
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões, vocês estão ajoelhados diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do Céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora!


Letra da 9ª Sinfonia de Beethoven em alemão
Baixo
O Freunde, nicht diese Töne!
Sondern laßt uns angenehmere
anstimmen und freudenvollere.
Freude! Freude!
Baixo Quarteto e coro
Freude, schöner Götterfunken
Tochter aus Elysium,
Wir betreten feuertrunken,
Himmlische, dein Heiligtum!
Deine Zauber binden wieder
Was die Mode streng geteilt;
Alle Menschen werden Brüder,
Wo dein sanfter Flügel weilt.
Wem der große Wurf gelungen,
Eines Freundes Freund zu sein;
Wer ein holdes Weib errungen,
Mische seinen Jubel ein!
Ja, wer auch nur eine Seele
Sein nennt auf dem Erdenrund!
Und wer's nie gekonnt, der stehle
Weinend sich aus diesem Bund!
Freude trinken alle Wesen
An den Brüsten der Natur;
Alle Guten, alle Bösen
Folgen ihrer Rosenspur.
Küsse gab sie uns und Reben,
Einen Freund, geprüft im Tod;
Wollust ward dem Wurm gegeben,
Und der Cherub steht vor Gott.
Tenor e coro
Froh, wie seine Sonnen fliegen
Durch des Himmels prächt'gen Plan,
Laufet, Brüder, eure Bahn,
Freudig, wie ein Held zum Siegen.
Coro
Seid umschlungen, Millionen!
Diesen Kuß der ganzen Welt!
Brüder, über'm Sternenzelt
Muß ein lieber Vater wohnen.
Ihr stürzt nieder, Millionen?
Ahnest du den Schöpfer, Welt?
Such' ihn über'm Sternenzelt!
Über Sternen muß er wohnen.

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