domingo, 11 de novembro de 2012

Despedidas



Bem, fiquei muito triste, pois fui procurar um blog de poesias de uma pessoa querida que frequenta O caminho da deusa e não mais encontrei. Eu quero dizer-lhe que nem toda despedida é eterna e deixar-lhe a frase de Fernando Sabino: ...a convivência é feita também de silêncio e distância. Bem, creio que o poeta vá continuar por aqui. 

      Bem, nessa imersão pelo mundo de palavras e poesias neste domingo, encontrei esse belo texto. Creio que é como um bálsamo para a alma e tentei saber mais sobre a autora (sempre catando referências aqui e ali).  Por fim, o que soube é que a autora mora no Canadá e teve a oportunidade de estudar com índios americanos. Aprendeu com eles os fundamentos da medicina xamânica. Além dos ensinamentos que fizeram dela um exemplo de vida, os índios também foram responsáveis pelo nome que a fez ser conhecida mundialmente: Oriah Mountain Dreamer, ou Sonhadora das Montanhas, que significa aquela que gosta de expandir os limites e pode ajudar os outros a fazer o mesmo.
       Se vai ajudar a todos a expandirem suas montanhas eu não sei, mas as palavras são lindas e algumas foram difíceis de "digerir".

Vamos a leitura!

“Não me interessa o que você faz para ganhar a vida. 
Quero saber o que você deseja ardentemente, se ousa sonhar em atender aquilo pelo qual seu coração anseia. 
Não me interessa saber a sua idade. 
Quero saber se você se arriscará a parecer um tolo por amor, por sonhos, pela aventura de estar vivo. 
Não me interessa saber que planetas estão em quadratura com a sua lua. 
Quero saber se tocou o âmago de sua dor, se as traições da vida o abriram ou se você se tornou murcho e fechado por medo de mais dor! 
Quero saber se pode suportar a dor, minha ou sua, sem procurar escondê-la, reprimi-la ou narcotizá-la. Quero saber se você pode aceitar alegria, minha ou sua; se pode dançar com abandono e deixar que o êxtase o domine até a ponta dos dedos das mãos ou dos pés, sem nos dizer para termos cautela, sermos realistas, ou nos lembrarmos das limitações de sermos humanos. 
Não me interessa se a história que me conta é a verdade. 
Quero saber se consegue desapontar outra pessoa para ser autêntico consigo mesmo, se pode suportar a acusação de traição e não trair a sua alma. 
Quero saber se você pode ver beleza mesmo que ela não seja tão bonita todos os dias, e se pode buscar a origem de sua vida na presença de Deus. Quero saber se você pode viver com o fracasso, seu e meu, e ainda, à margem de um lago, gritar para a lua prateada: ‘Posso!’ 
Não me interessa onde você mora ou quanto dinheiro tem. 
Quero saber se pode levantar-se após uma noite de sofrimento e desespero, cansado, ferido até os ossos, e fazer o que tem de ser feito pelos filhos. 
Não me interessa saber quem você é e como veio parar aqui. 
Quero saber se você ficará comigo no centro do incêndio e não se acovardará. 
Não me interessa saber onde, o quê, ou com quem você estudou. 
Quero saber o que o sustenta a partir de dentro, quando tudo o mais desmorona. 
Quero saber se consegue ficar sozinho consigo mesmo e se, realmente, gosta da companhia que tem nos momentos vazios.”

Beth Michepud






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