segunda-feira, 18 de março de 2013

O poder da mãe sobre o Falo







Sabe aquela velha história: quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha? No caso do homem, poderíamos afirmar que foi a galinha, pois a mãe é o ser primordial. Segundo Eugene Monick o feminino tem prioridade (no sentido de ser primal), enquanto a criatividade do homem só aparece depois como fenômeno secundário.
Monick ainda afirma que a mulher é a primeira, o homem é apenas o que sai dela, fato que se observado pelo aspecto bíblico, explicaria o patriarcalismo na figura de Deus ter criado primeiro Adão e de uma costela dele ter feito Eva. Pode ser que a história um dia foi contada diferente, porém com o advento do patriarcado e com o homem tirando a mulher de seu posto primordial, fica latente o motivo pelo qual as coisas não foram simplificadas: o homem saiu da mulher.
O que acontece é que o domínio materno primal, ocorreu em um período em que a consciência do ego não estava desenvolvida, o homem não tinha aprendido a dominar, não existia a guerra dos sexos e o homem continuava ligado à natureza, à  Mãe, à Terra.
O papel de mãe é muito importante e tem que receber seu devido valor, primeiro a mulher existe como mãe e o homem como filho. A Deusa dá a luz ao Deus, que é sua criança, seu filho. A responsabilidade de ser mãe e poder que se tem sobre um filho é algo que muito tem se perdido em nossa sociedade. Esse sistema capitalista onde a mulher tem direito apenas de seis meses de licença maternidade é falho e não permite muitas vezes que a mulher cumpra seu papel, se preparando para ser mãe e se dedicando em seu papel maternal.
A mãe, diz Eugene Monick, é inquestionavelmente importante como fator maior no desenvolvimento da identidade masculina, talvez até mesmo o maior fator da identidade masculina. "É quando estamos nos desenvolvendo que recebemos dela os cuidados necessários para nossa evolução. Não que o homem não tenha um papel importante na formação de uma criança, pois a mãe não é identidade masculina, nem a única base original da existência".
Os povos antigos deixavam menino sob a guarda da mãe até certa idade, quando este começasse a apresentar sinais de maturidade, como princípio de barba, a voz se tornando mais grave, e o nascimento de pêlos pubianos. Sendo esta criança um jovem em puberdade era tirado do meio materno para passar a ser treinado entre os homens. Para  se tornar um caçador, um guerreiro e se iniciar nos mistérios masculinos.  
Infelizmente as coisas não funcionam mais assim e muitas vezes a criança acaba não tendo uma figura masculina forte em sua formação (que não precisa ser necessariamente o pai) e acaba ficando dependente da mãe. A mãe que não se permite ver seu filho como homem o castra o privando de aprender a ser homem fazendo com que ele se torne totalmente dependente dela e não saiba como usar sua lança para a caça. 
Dessa maneira, depois da mãe vem a esposa que se torna uma babá e que tem que fazer tudo como a sogra fazia. Isto acaba gerando um desequilíbrio na formação da identidade masculina e o homem não aprende a ser independente e a cumprir seu verdadeiro papel.
A Mãe tem grande poder sobre seu filho, mesmo que ele não tenha crescido junto com o pai, cabe a mãe fazer com que ele comece a sair da barra da saia dela e passe a enfrentar os perigos da caça. Dessa maneira, estará criando um homem forte, independente e que não tem medo de enfrentar as dificuldades. 
Torna-se-á assim um guerreiro que protege não só a si mais todo o seu clã.







Fontes: MONICK, Eugene - Falo a imagem do Sagrado Masculino, São Paulo: Edições Paulinas, 1993, - (Amor e psique)
Natan Brith (Gawen Ausar)

Um comentário: