Sabe aquela velha
história: quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha? No caso do homem, poderíamos afirmar que foi a galinha, pois a mãe é o ser
primordial. Segundo Eugene Monick o feminino tem
prioridade (no sentido de ser primal), enquanto a criatividade do homem só
aparece depois como fenômeno secundário.
Monick ainda afirma que
a mulher é a primeira, o homem é apenas o que sai dela, fato que se observado
pelo aspecto bíblico, explicaria o patriarcalismo na figura de Deus ter criado
primeiro Adão e de uma costela dele ter feito Eva. Pode ser que a história um
dia foi contada diferente, porém com o advento do patriarcado e com o homem
tirando a mulher de seu posto primordial, fica latente o motivo pelo qual as
coisas não foram simplificadas: o homem saiu da mulher.
O que acontece é que o
domínio materno primal, ocorreu em um período em que a consciência do ego não
estava desenvolvida, o homem não tinha aprendido a dominar, não existia a
guerra dos sexos e o homem continuava ligado à natureza, à Mãe, à Terra.
O papel de mãe é muito
importante e tem que receber seu devido valor, primeiro a mulher existe como
mãe e o homem como filho. A Deusa dá a luz ao Deus, que é sua criança, seu
filho. A responsabilidade de ser mãe e poder que se tem sobre um filho é algo
que muito tem se perdido em nossa sociedade. Esse sistema capitalista onde a
mulher tem direito apenas de seis meses de licença maternidade é falho e não
permite muitas vezes que a mulher cumpra seu papel, se preparando para ser mãe e se
dedicando em seu papel maternal.
A mãe, diz Eugene
Monick, é inquestionavelmente importante como fator maior no desenvolvimento da
identidade masculina, talvez até mesmo o maior fator da identidade masculina. "É quando estamos
nos desenvolvendo que recebemos dela os cuidados necessários para nossa
evolução. Não que o homem não tenha um papel importante na formação de uma
criança, pois a mãe não é identidade masculina, nem a única base original da
existência".
Os povos antigos deixavam
menino sob a guarda da mãe até certa idade, quando este começasse a
apresentar sinais de maturidade, como princípio de barba, a voz se tornando
mais grave, e o nascimento de pêlos pubianos. Sendo esta criança um jovem em puberdade era tirado do meio materno para passar a ser treinado entre os homens. Para se tornar um caçador, um guerreiro e se iniciar nos mistérios
masculinos.
Infelizmente as coisas
não funcionam mais assim e muitas vezes a criança acaba não tendo
uma figura masculina forte em sua formação (que não precisa
ser necessariamente o pai) e acaba ficando dependente da mãe. A mãe
que não se permite ver seu filho como homem o castra o privando de aprender a
ser homem fazendo com que ele se torne totalmente dependente dela e
não saiba como usar sua lança para a caça.
Dessa maneira, depois da mãe vem a esposa que se torna uma babá e que tem que fazer tudo como a sogra fazia. Isto acaba gerando um desequilíbrio na formação da identidade masculina e o homem não aprende a ser independente e a cumprir seu verdadeiro papel.
Dessa maneira, depois da mãe vem a esposa que se torna uma babá e que tem que fazer tudo como a sogra fazia. Isto acaba gerando um desequilíbrio na formação da identidade masculina e o homem não aprende a ser independente e a cumprir seu verdadeiro papel.
A Mãe tem grande poder
sobre seu filho, mesmo que ele não tenha crescido junto com o pai, cabe a mãe
fazer com que ele comece a sair da barra da saia dela e passe a enfrentar os
perigos da caça. Dessa maneira, estará criando um homem forte, independente e que
não tem medo de enfrentar as dificuldades.
Torna-se-á assim um guerreiro que protege não só a si mais todo o seu clã.
Torna-se-á assim um guerreiro que protege não só a si mais todo o seu clã.
Fontes: MONICK, Eugene - Falo a imagem do Sagrado Masculino, São Paulo: Edições Paulinas, 1993, - (Amor e psique)
Natan Brith (Gawen Ausar)
Homem não serve para nada mesmo.
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